Na escola Dr. Prudente onde alunos e professores organizaram um Sarau
Lourdinha faz aniversário no Dia da Poesia!
Na estação da Paulista
Lídia
Sendin
Ele:
Vejo você tão insípida,
Inodora e incolor,
Por isso, minha querida,
Vá embora, por favor!
Ela:
Tenho até uma certa mágoa
Por ser sem sal e sem cor,
Mas, mulher é como a água,
Essencial à vida... Amor!
Shirley
Brunelli Crestana
Esta
noite estarei só
despojada
de todos os medos.
Ninguém
aqui entrará
recostada
à minha porta
nem
a solidão
andarilha
da noite alta.
Quero
sozinha
ser o alvo
ser a festa
sem ensaio
sem motivo.
Apenas
eu
cara
lavada
corajosa
renascendo
de mim mesma
como
quem sabe o que quer
assim
meio bicho meio gente
mas
acima
de tudo: Mulher!
Bianca Rosenthal
A
essência feminina é como a brisa do mar,
Que
acalenta o coração em meio à tempestade,
É
o abraço que incentiva o caminhar,
E
a coragem que busca a liberdade.
A
música que toca a alma com maestria,
A
força que move na adversidade,
A
flor que desabrocha em harmonia
E
a luz que afasta a obscuridade.
É
a manifestação da arte,
Que
colore o mundo com tons de esperança.
É
a beleza da dança que em alguma parte
Propõe
a metamorfose, a mudança.
Guia
na jornada da evolução,
Natureza,
mulher e pura essência.
Com
sabedoria faz a condução
E
dispensa o viver de aparência.
Christina A Negro Silva
Que batom bonito!
Que saída chique!
Pensamentos de uma
e de outra
Um guarda sol para
duas
Três com os pés
queimando na areia
Praia lotada, sol
a pino
Um convite para compartilhar
a sombra
Duas mais três mulheres
Sob a mesma copa
Sob o mesmo céu
azul
Com o mesmo
pretexto:
Amizade nova com
sabor da infância
A idade? O que
importa? Faz diferença?
Do lado de dentro
das aparências
Jovens, 60 plus,
meninas, crianças
Amígolas feitas em cores,
formas,abraços, sabores e tons
A vida passada a
limpo em três dias de folga na praia
Tristezas,
alegrias, famílias, fatos, boatos, receitas, política, moda...
E claro, batons!
Carmelina de Toledo Piza
À DEUSA MÁNI
Agora ...
Ao encontro do meu
olhar
Vejo o eu e o
outro em mim.
É a minha história
de ver e rever
Meu próprio olhar.
Para desvendar a
vida com a Deusa da Lua.
À DEUSA SELENE
Luz...
Deusa da luz,
deusa Selene,
Luz dos
momentos,
Luz dos
pensamentos e divagações.
Constelações.
Luz nas tristezas,
Luz nas alegrias,
Luz na paz e
melancolia do agora.
Apenas luz...
À DEUSA GAIA
Gratidão...
Minha deusa mãe,
terra, Gaia.
Dentro de mim o
caos e o escuro.
Fora o vazio, a
liberdade e o encontro.
Deusa Gaia!
Abra os braços
para mim
Quero ser
acolhida.
Desejo olhar o céu
e a terra em toda sua extensão.
Ser a mulher, a
palavra, as cores em cada momento
Da minha própria
história.
Carmelina de
Toledo Piza, mestra em educação, atriz, contadora de história, escritora,
ilustradora, psicopedagoga e arteterapeuta
Bianca Rosenthal
Diz
o conhecido ditado que devemos dançar conforme a música. De certa forma, a vida
pode ser comparada à dança, sendo ora alegre, dramática, fúnebre, apaixonante,
romântica...
Se
permitirmos, podemos sentir o ritmo do vento e até bailar com ele, contornando
vendavais que se assemelham às intempéries da vida, dissipando-se gradualmente
até tornar-se uma brisa suave e a dança se tornar gentil.
Que prazer é poder dançar e expressar-se com o
corpo, movimentos encantadores cheios de sentimentos que cativam e arrancam
suspiros da plateia. Cada movimento é um sentimento, cada giro é uma emoção,
saltos leves e suaves, seguidos de aceleração, tempo e contratempo, assim
ocorre na vida.
Permitir
que a alma seja tocada pelo ritmo que a beneficia, dependendo do estado que se
encontra e de preferência.
Um
dos meus escritores favoritos, Rubem Alves, fez uma bela comparação envolvendo
a dança, quando disse:
“Há pessoas que nos fazem voar. A gente se
encontra com elas e leva um bruta susto (...) elas nos surpreendem e nos
descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves, com uma vontade incrível
de subir até as alturas, saltando de penhascos. Outras, ao contrário, nos fazem
pesados e graves. Pés fincados no chão, sem leveza, incapazes de passos de
dança. Quanto mais a gente convive com elas mais pesados ficamos.”
Que
possamos nos cercar de pessoas que nos inspiram e fazem brotar em nós a leveza
e a capacidade de dançar, ainda que metaforicamente, despertando o melhor que
há em nós.
Dançar
é mágico, entre giros e rodopios, palmeados e sapateados, arrepios e calafrios,
a dança é entrega. Por vezes resgata a infância, outras tem o poder da sedução.
Termino
aqui com uma frase de Victor Hugo:
“A dança expressa o que não se consegue
dizer em palavras, mas que também não pode de forma alguma permanecer em
silêncio”.
Arraso no Jornal de Piracicaba